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Conversando sobre a morte com crianças | A história de 2 gatos


”A morte ou desencarnação faz parte do esquema da vida física. Indispensável que, na programação educacional da família, seja estudada com a mesma consideração com que se examinam as demais questões tidas como de fundamental importância.” - Joanna de Ângelis

Capa do Livro Sopa de Letrinhas de Clé


Fidel e Apagão

Na foto, você vê 2 gatos: Fidel e Apagão. Nem preciso dizer quem é quem, né? Eles não são irmãos, mas os adotei ainda filhotes no início de 2011 e eles foram criados juntos. Tiveram uma vida longa, feliz e aprontaram bastante. Este ano, porém, os dois, já com 13 anos, retornaram à pátria espiritual: Apagão no dia 01/03/24 e o Fidel pouco mais de 3 meses depois, dia 14/06/24.


Os 2 tiveram que ser levados ao veterinário antes do desencarne pois estavam emagrecendo muito, e lá foram diagnosticados com doenças que teriam tratamentos longos, caros ou experimentais e sem garantia que iriam funcionar. Nos 2 casos, optei por sacrificar.


Antes, porém, levei minhas 2 filhas para vê-los. Eles estavam com a gente desde que elas nasceram, então, elas conviveram com os 2 durante alguns anos. Pela pouca idade das meninas, disse à elas somente que eles estavam já velhinhos e muito doentes, e talvez não voltariam para casa; então era melhor que fôssemos dar o nosso possível último adeus. E assim foi feito.



A hora da notícia

Desde que minhas filhas nasceram, ainda não desencarnou ninguém que seja tão próximo delas assim (humano). Então, quando foi hora de despedir dos nossos gatinhos, vi ali uma preciosa oportunidade de falar na prática sobre a desencarnação.


Não houve desespero quando dei à elas a notícia da morte deles. Joanna de Ângelis afirma: “A morte ou desencarnação faz parte do esquema da vida física. Indispensável que, na programação educacional da família, seja estudada com a mesma consideração com que se examinam as demais questões tidas como de fundamental importância”.


Minhas filhas frequentam a Evangelização Infantil do Centro Espírita que vamos aqui em BH praticamente desde que desfraldaram. Além disso, fazemos o Evangelhinho no Lar e o tema "morte" nunca foi tabu por aqui. Desde cedo, explicamos à elas que quando alguém morre, apenas o corpinho morre, mas o espírito continua a viver lá no plano espiritual. E, quase todas as noites, elas oram pedindo a Deus que “proteja o Fidel e o Apagão que agora estão brincando no céu dos gatos”.


O medo da morte

Joanna de Ângelis nos elucida ainda que, conversando sobre a morte desde tenra idade, ela passa a fazer parte do plano de considerações naturais e deixa de ser um fantasma trágico. Não conversar sobre a morte no reduto doméstico não impede que ela não aconteça:


[...] muitos pais preferem, no entanto, jamais abordar essa realidade com os filhos, como se com essa atitude estivessem impedindo a sua presença no momento oportuno.

Então, como pessoa responsável pela educação de um espírito, lembre-se que: "A consciência da imortalidade deve estar presente nas conversações, nos comportamentos domésticos, nos encontros sociais como parte vital dos relacionamentos humanos, demitizando-a, dessa maneira, das tradições da ignorância e da superstição."


- Joanna de Ângelis, livro Constelação Familiar, capítulo 26; psicografia de Divaldo Franco



minha dica para você

Não espere que a morte chegue até alguém próximo de suas crianças para introduzir o assunto. Comece desde agora a educação espiritual delas, para que se solidifique em suas pequenas almas os conceitos pertinentes à verdade vida: a do espírito! Tudo na Terra é experiência; quando começarmos a enxergar a morte como fenômeno natural de nossa vida aqui e não como uma grande tragédia, certamente teremos maior serenidade quando ela nos visitar. E, quanto mais cedo entendermos isso, melhor.


Talvez, para mim que fui adquirir os conhecimento espíritas depois de mais velha, este discurso esteja ainda muito no campo teórico. Mas, espero que, para elas, que vem desde tenra idade colhendo os conhecimentos acerca da vida do corpo e da vida do espírito, compreender e aceitar este fenômeno capaz de renovar todas as coisas seja mais fácil.


Fidel e Apagão, sem saber, nos deixaram uma última lição: a tristeza pode até chegar, a saudade fica, mas a certeza do reencontro permanece porque a vida triunfa sempre, seja no reino animal ou hominal.


”Adquirida a certeza da continuação da vida após o túmulo, a morte perde a sua força destrutiva, para assumir uma postura saudável na constelação familiar.” - Joanna de Ângelis

E você, já introduziu este tema nos estudos com suas crianças por aí? Me conta aqui nos comentário deste post!


Um abraço fraterno para você e para toda a sua família!

Chris

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